miércoles, 17 de diciembre de 2008

"O homem vive preocupado em viver muito e não em viver bem, quando na realidade não depende dele o viver muito, mas sim o viver bem"

(Henry David Thoreau, poeta, ensaísta e filósofo americano, 1817-1862).
A vida se realiza na simplicidade. A preocupação pelo viver muito cegou boa parte das pessoas que as impede de viver bem. Em nome do prolongamento dos anos, se impõe uma exigência desleal sobre o corpo que chega à beira do martírio masoquista e da deformação física. Para tentar driblar os anos, disfarçar suas marcas, ou melhor, desacelerá-los, muitos se aventuram a uma verdadeira bateria de remédios, cirurgias e experimentos. Querem com isto forçar e fazer com que o tempo e o fio condutor da vida entrem em cálculos, medidas padronizadas, em síntese, a um controle da mão humana. Querem impedir que o ciclo natural dos anos prossiga sua maratona diária e chegue à sua "plenificação" (plena, madura, realizada) mais cedo ou mais tarde. Nessa tendência e insistência o "homem" perde a capacidade de viver bem e de bem viver. E viver bem é diferente do fenômeno do bem-estar a que muitos estão devotados e entregues de forma quase insana. Viver bem é procurar o ponto bom da vida e permanecer nele aconteça o que acontecer. Ponto bom, por sua vez, está longe de ser um lugar ou uma medida fixa dos interesses da pessoa. É, sim, o núcleo, o miolo, a essência da vida. O núcleo, o miolo, a essência da vida está longe do alcance comercial ou de fórmulas mágicas encontradas aqui ou acolá de maneira ostensiva (apontando e determinando), mas se revela somente para quem simplesmente vive em plenitude. Quem vive a vida simplesmente, não se importa se chega a dez, vinte, cinqüenta, oitenta, cem ou mais anos, qualquer quantidade é chance de estar nela e alcançar uma plenitude de viver.


(Reflexão feita por José Irineu Nenevê).

No hay comentarios: